sábado, 14 de dezembro de 2013

Gustav Holst e seus planetas.

Olá, tudo bem ?
O música faz história de hoje vai falar de uma composição escrita com caráter astrológico e místico, graças as diversas fontes literárias aliadas do amor pela música, Holst conseguiu compor algo fora dos padrões convencionais, fazendo assim uma série suites dos perfis de cada planeta do nosso sistema solar, com uma junção a espiritualidade.
A obra The Planets do compositor inglês Gustav Holst foi composta entre 1914 a 1916, tendo em cada movimento o nome de um planeta em formato de seu correspondente astrológico, porém a obra só contempla 7 planetas, pois ele excluiu a terra e nessa época Plutão nem havia sido descoberto, foi descoberto apenas em 1930, 4 anos antes da morte de Holst . A alusão astrológica tenta transmitir idéias e emoções de cada planeta sobre o seu psicológico, essa ideia que foi apresentada para Holst durante uma conversa com seu amigo sobre astrologia em 1913, sendo que a partir dai começou a pesquisar e se interessar cada vez mais sobre o assunto.
A obra tem caráter muito expressivo e contrastante  mostrando influências do austríaco Schoenberg e dos russos Korsakov, Glazunov e Stravinsky, esse novo tipo de sonoridade que ajudou a tornar sucesso imediato perante ao publico da época. Essa foi a obra de maior sucesso do compositor superando toda suas outras criações, porém recebe críticas de seu próprio criador, dizendo que não foi uma de suas melhores ideias.
Ele que acreditava em forças astrais, sendo muito influenciado por pensamentos orientais principalmente com as ideias de reencarnação, isso aliado ao seu perfeccionismo, ajudou e muito para compor uma obra tão longa e cheia de detalhes,que possibilitou em 29 de setembro de 1918 a estréia da peça para 250 pessoas convidadas dentro do próprio Salão da Rainha da Inglaterra, foram 4 apresentações para público fechado, sendo sua primeira apresentação em aberto para população em 1920.


Gustav Holst - The Planets, Op. 32: http://www.youtube.com/watch?v=AHVsszW7Nds

Os Planetas :

I. Marte, O portador da guerra.
O clima criado tem caráter marcial , tendo fortes representações bélicas e de muita energia, aspectos da música que caracterizam Marte, como coragem e instintos de luta, porém se isso não for controlado tem seu lado prejudicial como a violência e a morte, subprodutos da ira. Composto antes da Segunda Guerra Mundial, dizem ser premonições de Holst sobre o que viria a acontecer.
É utilizado pela mídia em filmes de guerra, pelo caráter que a música trás as cenas.

II. Vênus, O portador da paz.
Contrastante com o primeiro movimento por causa de seu andamento mais calmo e devagar, mostrando sensação de paz fazendo alusão a alma humana.

III. Mercúrio, O mensageiro alado.
Tem caráter alegre, com longos motivos melódicos transmitindo a ideia de uma mensagem vindo de outro mundo. Esse representa a inteligência do ser humano.

IV. Júpiter, O portador da jovialidade.
As trompas anunciam melodias maravilhosas que dão a oportunidade para toda orquestra começar a se comunicar entre os naipes criando um clima contagiante e convidativo, esse movimento representa a filosofia, representando os pensamentos que não estão no alcance do homem.

V. Saturno, O portador da velhice.
É constituído por um clima obscuro, deixando mais para os sopros o papel das melodias onde as cordas fazem apenas um acompanhamento. Esse representa o sofrimento, ditos por muito que é uma das maiores coisas que assolava Holst, por ter largado o piano e violino por problemas de saúde.

VI. Urano, O mágico.
Esse rico em detalhes tanto rítmicos como melódicos, vindo de todos os lados tenta surpreender o público com as melodias que vão aparecendo conforme a música é tocada, com alguns trechos de caráter repentinos e inesperados. O mágico, representa a independência de espírito.

VII. Netuno, O místico.
Faz valer o nome de místico com a música tocada em uma dinâmica bem leve, trás o papel de Netuno nessa viagem astrológica, fazendo representação dos sonhos, do misticismo e das meditações.

E o planeta Plutão ?
Em 2000 a Orquestra Hallé encomendou do inglês Colin Matthews (um especialista em Holst) para escrever o novo planeta que ele chamou de ''Plutão, o renovador ''.
Foi dedicado a Imogen Holst, filha de Gustav e teve sua estréia em Manchester em 11 de maio de 2000.





Djalma de Campos, 14/12/2013.

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