quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Ernesto Nazareth faz história.

Olá, tudo bem ?
O música faz história de hoje irá voltar 150 anos no tempo para relembrar um dos maiores compositores brasileiros, Ernesto Nazareth.
Ernesto Júlio de Nazareth nascido no Rio de Janeiro em 20 de março de 1863, teve apresentado o piano logo quando muito jovem pela sua mãe que ministrou aulas e noções sobre o instrumento. Aos 14 anos compôs sua primeira música, a polca-lundu "Você bem sabe", editada, no ano seguinte, pela famosa Casa Arthur Napoleão. Sendo que em 1880 fez sua primeira apresentação pública, aos 17 anos de idade no Club Mozart, mas apenas em 1893 alcançou sucesso nacional e internacional com o tango ' Brejeiro' sendo publicado em Paris e no EUA.
Intérprete constante de suas próprias composições, Nazareth apresentava-se como pianista em salas de cinema, bailes, reuniões e cerimônias sociais. De 1909 a 1913, e de 1917 a 1918, trabalhou na sala de espera do antigo Cinema Odeon (anterior ao prédio moderno da Cinelândia), onde muitas celebridades iam até lá apenas para ficar admirando toda a beleza musical que ele executava, sendo que foi em homenagem a sala de exibição que batizou sua composição mais famosa o tango ' Odeon '.
Em 1926, Nazareth embarcou para uma turnê no estado de São Paulo, que foi planejada inicialmente para durar 3 meses, mas acabou se prolongando por 11 meses, com concertos na Capital, Campinas, Sorocaba e Tatuí. Tinha então 63 anos, e foi a primeira vez que saiu do estado do Rio de Janeiro. Foi homenageado pela Cultura Artística de São Paulo e tocou no Conservatório Dramático e Musical de Campinas. Apresentou-se no Teatro Municipal de São Paulo, sendo precedido por uma conferência do escritor e musicólogo Mário de Andrade, sobre sua obra, na qual afirmou: "Por todos esses caracteres e excelências, a riqueza rítmica, a falta de vocalidade, a celularidade, o pianístico muito feita de execução difícil, a obra de Ernesto Nazaré se distancia da produção geral congênere. É mais artística do que a gente imagina pelo destino que teve, e deveria estar no repertório dos nossos recitalistas. Posso lhes garantir que não estou fazendo nenhuma afirmativa sentimental não. É a convicção desassombrada de quem desde muito observa a obra dele. Se alguma vez a prolixidade encomprida certos tangos, muitas das composições deste mestre de dança brasileira são criações magistrais, em que a força conceptica, a boniteza da invenção melódica, a qualidade expressiva, estão dignificadas por uma perfeição de forma e equilíbrio surpreendentes". Em 1927, Nazareth retornou ao Rio de Janeiro.
 Em 1930, concluiu sua última composição, a valsa "Resignação". No mesmo ano, gravou ao piano a polca "Apanhei-te, cavaquinho" e os tangos brasileiros "Escovado", "Turuna" e "Nenê" de sua autoria. Em 1932, apresentou um recital só com músicas de sua autoria em um concerto precedido por uma conferência de Gastão Penalva. Neste mesmo ano realizou uma turnê pelo sul do país. Ainda em 1932 seus problemas de audição se agravaram, problemas os quais decorriam de um trauma sofrido na infância quando caiu de uma árvore e bateu a cabeça o trazendo com o tempo um grande transtorno pela falta de audição que só aumentava. Tocando com os ouvidos grudados no teclado do piano ele ficava nervoso por não conseguir ouvir direito o que estava executando, junto disso começaram a acompanhar crises de choro. Com o tempo descobriram que as alterações de humor e choros constantes eram porque estava agravado pela sífilis que atingiu seu sistema nervoso, sendo internado em um hospício onde terminou seus dias, deixando 211 peças completas para piano.

Ernesto não pode ser considerado um compositor totalmente erudito mas também nem um compositor totalmente popular, ele conseguia utilizar os melhores recursos dos dois modos de composição sendo que em qualquer campo de análise ele é magistral. Suas composições que requerem um bom nível técnico para execução, contemplam como progressivas do choro e do tango brasileiro,  sendo o compositor mais executado dentro e fora do país depois de Heitor Villa Lobos, Villa o qual dedicou a sua música ' Choro nº 1' para Ernesto. Ele foi muito importante na maneira que  fixou o nacionalismo a partir daí deixando claro a necessidade de relacionar um título para música nacional, aproveitando folclores e ritmos brasileiros.
No século XIX os nomes mais comentados eram Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth, realmente dois músicos excelentes, mas a distinção dele para Chiquinha se dava na sua erudição cujo criou a possibilidades de mais incrementações musicais.
 Infelizmente ele e muitos outros compositores  brasileiros esquecidos em seu próprio país.


Ernesto Nazareth - Odeon
https://www.youtube.com/watch?v=J7DPA2-8Okc



                                                                                       





                           Ernesto ao piano.


















Djalma de Campos, 20/11/2013.


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